sábado, 26 de maio de 2012

Trilha


Caminhando, ide
densas matas, onde
suspiros, lamurios, idas
partem desproporcionais
em meio à sons, sopros...

Como as batidas do coração,
os sons de teus passos, descreve,
seu destino vago, mediano,
calcula-se ano após ano

Deixas escrito em tua face,
tua história, como um livro.
O verdadeiro primórdio,
se decifra em teus suspiros,
onde ecoa teu amado,
teu destino lado-a-lado
distancia-se da cor.

Como uma flor és plantada,
na terra, onde podes recomeçar,
teu ciclo do viver,
demonstrando o teu ser.

domingo, 20 de maio de 2012

Velas

Estirado neste solo,
irrigado com pranto.
Tua sombra,
submersa em rubro manto.
Aos poucos deixa de reagir,
coincide com uma realidade emergente,
cada vez mais próxima, evidente.

Aqui neste solo,
da Terra o colo,
te deitas, repousa,
como um belo infanto,
que aos poucos se aproxima,
teu encanto.

Nesta terra vil,
do solo ao relento,
te sobras apenas dignidade,
ou tormento...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Estrada

Todos os dias notavam-se na rua,
obstáculos no asfalto,
tornando cada vez mais difícil
sua passagem por esse caminho.
Já cansados de estragar os seus carros com isso,
decidem pedir ajuda ao superior,
para que arrume a rua.
Depois de um tempo,
o asfalto já começa a romper de novo,
fazendo com que as falhas voltem a aparecer,
muito mais evidentes que antes.
E notam que o motivo do desgaste,
era o receio dos preços cobrados na passagem,
e acabavam retornando e sofrendo o preço
das falhas no caminho

Pântano

Com olhar sádico,
Vê-se além de uma selva obscura,
onde somente pragas repugnantes
podem sobreviver.
Tal desleixo faz com que aos poucos,
animais frágeis, delicados, puros,
se percam nesse meio,
fazendo com que aos poucos,
se deixem afogar no lodo.

Até não lhe restar um misero
fio de esperança.
Até que então,
cansa de lutar e se entrega...

Por detrás dessas densas matas,
podia se notar uma saída,
uma saída para um lugar melhor.
Mas sem tentar sair dela,
apenas vê por meio a vultos,
a prévia de um outro horizonte.


Devaneio

Por teu corpo macio,
onde tantas lágrimas minhas já percorreram.
Deixou-se inundar
e encher-se com minhas tristezas,
pelas quais tu sequer tinha opção,
se tivesse forças para me dizer,
acredito que diria já ter cansado,
cansado de se afogar em meu luto,
de abafar meu pranto.
Hoje, infelizmente estou aqui,
mais uma noite chorando em meu quarto,
deitado em minha cama com você,
somente o travesseiro pode consolar minhas
mágoas, angústias, e dores.
Somente você pode se manter calado
enquanto desabafo,
sem criticas, sem pedras.
Só agora percebo que tu não cansas,
somente por ser você.
No final somos iguais,
dois seres sem vida.