segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Rescisão


O que queres de mim, carniçal?
Queres embrumar-me em teus pensamentos sádicos?
Queres distorcer minha realidade a ponto de não entender mais nada?
Não sei o que tu quer, teu eu passeia pelo meu destino,
como se fosse uma porta aberta,
uma porta com pensamentos escancarados.

De longe posso entender tua mente tirana.
Não creio que tu ganhes algo com isso.
Tu usa as pessoas como escada para subir teu ego.
Tu é ridiculo,pequeno monstro.
Não te podes chamar de monstro por completo,
por falta de qualificação.
Tu é um pequeno monstro, numa sociedade imensa.
Tu é pequeno no mundo, como todos.
E agora?
Aonde está seu grande ego?
Olhe a tua volta, o mundo é grande.
Teu ego é minusculo perto dele.
Agora deixe-me em paz,
deixe-me cortar o fio de nosso destino e cessar de uma vez esse prólogo.

Já sei dos meus limites,
meus limites impuseram fronteiras na sua rota.
Já sei por onde andar,
ando sempre só, num caminho oposto ao seu.
Já sei o que pensar,
meus pensamentos se desvencilham de você.
Já sei o que falar,
somente para você,
um curto e breve Adeus.

Carniçal


De repente meu tudo se resume a nada,
será que o meu nada,
em meio a tudo seja algo?
Talvez esse nada realmente signifique tudo,
mas sou nada para dizer algo.

Nesse jogo de tudo ou nada,
prefiro me manter morno,
frio em sentimentos,
mas com o corpo quente,
somente pela certeza de estar vivo.

Essa legitimidade muito me espanta,
afinal, esse nada é apenas a forma de ver um todo.
Tudo que é visto como um todo, se torna nada.
Aos poucos meus pensamentos fluem como o sangue frio em minhas veias de aço,
sempre estive pronto para isso, apenas esperei o momento,
o momento certo para dizer que sou um carniçal de pensamentos,
a coisa mais preciosa que se pode ter,
na verdade é o abstrato,
que pode ou não se tornar concreto,
mas tudo depende de quem os possui.

Insanidade


Meu caráter se mede em gramas,
em gramas de juízo,
na qual, poucas tenho.
Insano, louco?
Talvez...
Um compreende o outro.
Sanidade só serve aos insanos,
Loucura tampouco é a ética social.
A sociedade é insana,
todos somos loucos.

Só me pesa a consciência,
por gramas de juízo que perdi,
sem sequer ter.

Por mais consumista que seja,
nunca ei de recuperar...
pois sou louco!

Liberdade


Queria apenas poder ser eu,
propenso a dizer coisas sem ouvir resmungos.
Queria ter a liberdade de olhar para os raios de sol,
sem usar a proteção escura.
Queria deixar a luz exterior tomar conta de mim,
até uma simples brisa tocar-me,
sedosamente sob a pele da minha alma.

Queria enlaçar o vento,
aprisionar o tempo,
ter mais que um momento,
curtir o lamento,
do mundo ideal.

As lagrimas que se converteram em ouro,
aos poucos relembram o sofrimento,
uma crença de longe real,
apenas me prenderam a você,
meu eu, natural.